22 de abril de 2010

O fim não se prende com o culminar de algo bom ou mau, mas sim com a incapacidade humana de transpôr a realidade, de acreditar para lá do óbvio. A cobardia continua a abraçar-te de forma tão terna que é impossivel destruir essa inabalável certeza de que o mundo conspira contra ti. As certezas parecem fazer sentido quando o passar do tempo destrói o bom que havia em nós.Culmina a velha máxima da razão superior, que teima em não te abandonar, e era tão perfeito que isso acontecesse... O tempo nunca ajudou ninguém, só nos faz perder entre pedaços de memórias distorcidas, as promessas de que nada será esquecido são feitas, juras que na hora parecem inquebráveis e só de pensarmos nisso por um momento dói. Essa dor também se transforma, fica mais fraca, mas pesa, vem sempre por arrasto ao longo da nossa estrada. Porque, os caminhos são opostos, mas há forma de se cruzarem e o destino encarrega-se de o fazer, mesmo sabendo que não haverá forma de construir um caminho, mais forte e unido, mais fácil de caminhar. Não há hipótese de voltar ao início, de destruir os estigmas que se formaram, nem de renascer, está lá o orgulho, este encarrega-se de nos fazer errar e mais ainda, de nos fazer perdoar.

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